VACINA EM MASSA É O QUE SÃO SEBASTIÃO JÁ DEVIA TER FEITO

 Há recursos disponíveis, mas, o prefeito foi incapaz de reordenar os gastos e optou por testes, que se suspeita que estavam com prazos próximos do vencimento

Com a Saúde de São Sebastião colapsada, o Prefeito Felipe Augusto, PSDB, admitiu em cadeia nacional, quando concedeu entrevistas às emissoras de TV e rádio, a falência de sua gestão, uma análise mais aprofundada se faz necessária. Ele próprio devia ter pedido socorro.

A Prefeitura de São Sebastião é beneficiada com os royalties do petróleo.

Não obstante, todas as Contas de sua Administração estão com Parecer pela rejeição do Tribunal de Contas - TCE/SP. Somente o Conselho Municipal de Saúde - Comus, depois de haver substituições de Conselheiros, refez o entendimento anterior pela rejeição. E os fatos sob investigação com serviços de oxigênio no Hospital de Clínicas caíram direto no colo do Governo, afinal, o HCSS está sob intervenção do Município.

Mas, essa situação não deve ser traduzida num mero jogo de palavras, não é uma simples equação. Há dor de familiares que perderam seus entes queridos; há pessoas dependendo do atendimento médico, lutando pela existência; há os profissionais do setor, que precisam de insumos, equipamentos e estrutura para salvar vidas, e o conjunto da sociedade que conta com um Sistema confiável.

E agora?

O ex-prefeito Juan Garcia, que virou um youtuber da política sebastianense, semanalmente transmite uma live e fala sobre dados, defende a ciência, elabora denúncias e estabelece uma régua com duras críticas em relação aos discursos do atual Prefeito e a forma como lida com essa situação de combate a Covid-19, inclusive acusa de haver "corrupção" e "superfaturamento", chamando de "ladrões", sem se referir a nomes específicos, na máquina pública.

O ex-prefeito Paulo Julião, que tem ao menos três contas no Facebook, se calou sobre esse momento, tem pouco atividade digital e se desidratou na quantidade de seguidores. Não é claramente a sua prioridade. O ex-prefeito Luizinho Faria é um dos braços dessa gestão, secretário que cuida do dinheiro, justamente a área que praticamente faliu, logo, é parte do problema que vivemos.

Vacina, não teste em massa

O ex-prefeito Ernane Primazzi é mais agudo, e diz que a cidade não tem um gestor público, mas, um gastador mimado que não faz a menor ideia sobre como gerir o Município e a crise sanitária, tanto que arrumou problema com médicos, inventou drone com software que mediria temperatura; cabine que não desinfetava nada, entre outras coisas sem qualquer eficácia ou até relação direta com o combate efetivo sobre a Covid-19.

Segundo ele, o Governo Federal comprou vacinas da Fiocruz ao custo de R$ 59,4 milhões, obtendo 2 milhões de doses prontas. É da Oxford /AstraZeneca. Os valores envolvem transporte, operação e armazenamento dos imunizantes. O preço unitário foi de R$ 29,70. E foi comprado do Instituto Butantã R$ 2,7 bilhões, correspondente a 46 milhões de doses da Coronavac, incluindo 6 milhões de doses da China, perfazendo um custo unitário de R$ 58,20.

Com base nessa transação comercial, o ex-prefeito questiona: Se não está havendo aulas, por que os recursos destinados à merenda e ao transporte escolar e universitário não são utilizados para comprar vacinas? 

Numa conta básica, diz que os valores de dois meses desses serviços seriam suficientes para imunizar toda a população sebastianense. 

Em valores arredondados, R$ 1,5 milhão da merenda + R$ 1 milhão de transporte escolar + R$ 300 mil de ônibus para universitários. Considerando o valor unitário da vacina mais cara, a Coronavac, ou seja, o total desses valores mensais dividido por R$ 58,20, (preço unitário), daria 43 mil doses por mês. Esses recursos estão provisionados no orçamento, afinal, são serviços continuados, mas, estão suspensos, logo, a sua pergunta: Cadê o dinheiro? Por que não usá-lo para comprar vacinas?

Ernane disse que nem gostaria de politizar o tema, porque poderia perguntar sobre os valores gastos desnecessariamente naquele momento com dois Hospitais de Campanha inutilizados, sendo que o de Boiçucanga custou quase R$ 2 milhões, e o que foi colocado no Tebar nem sabe dizer o valor; outros R$ 4 milhões que seriam gastos com a estrutura de construção e afixação de uma estátua de São Sebastião, entre outras coisas. 

Para finalizar, disse que se o prefeito não tivesse "torrado" (este foi o termo usado) os R$ 100 milhões herdados de sua luta pelo IPTU da Petrobras, teria inclusive comprado e ajudado os Municípios vizinhos com as vacinas.

Com a palavra, as autoridades competentes e, claro, o Prefeito Felipe Augusto, que quer fechar estradas, anunciou colapso da rede, e tem dinheiro para zerar o problema com as vacinas, segundo seu antecessor.

Exemplo:

O prefeito de Maricá/RJ, Fabiano Horta, anunciou nesta sexa-feira, 19, pelas redes sociais que assinou um contrato com o Fundo Soberano Russo para a aquisição de 500 mil doses da vacina Sputnik V. O primeiro lote, com 25 mil doses, está previsto para chegar em 15 dias úteis, que contarão a partir de segunda-feira. Com isso, segundo a prefeitura, Maricá se torna a primeira cidade do Brasil a comprar imunizantes contra o coronavírus por conta própria.